segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Qual a situação da África do Sul depois de 15 pós Apartheid?



Estudos desenvolvidos por universidades sul-africanas apontam diminuição nas diferenças salariais entre negros e brancos depois do fim do apartheid, dez anos atrás. Apesar disso, as 
diferenças entre indivíduos dos mesmos grupos étnicos estão aumentando. 


A África do Sul é apontada pelas Nações Unidas como um dos países com maior desigualdade no mundo, com altas taxas de desemprego e uma crescente epidemia de AIDS para agravar ainda mais os problemas sociais. A violência também é grande no país, com altas taxas de criminalidade urbana. 

Diminuir as distâncias entre a elite branca, que compõe as minorias, e a maioria negra é uma das prioridades do Congresso Nacional Africano. Apesar disso, os estudos revelam que o fim do apartheid não diminuiu a pobreza. Estatísticas apontam que existem tantos pobres hoje quanto existiam 10 anos atrás, quando começou a dramática transição política no país. O estudo foi baseado numa pesquisa oficial com dados sobre salário formal e informal, imóveis, propriedades e transferências bancárias.

A média de crescimento anual na África do Sul, desde 1994, é de 2,7%. Este número é maior do que o da última década do apartheid. Mas, um problema que começa a surgir nos últimos anos é que alguns negros começam a enriquecer demais por causa da redistribuição de renda entre os grupos étnicos. Com isso, a outra parcela da população não consegue crescer.

Em 30 anos, a renda per capita entre a população negra sul-africana aumentou em quase quatro vezes e chega hoje a uma média de 1.236 dólares ou 3.890 reais. A classe média negra emergente se beneficiou de várias oportunidades que antes eram negadas aos negros, como empregos civis no governo, assim como aumento de salário na iniciativa privada.

Ainda assim, o efeito das mudanças pouco foi sentido em áreas sociais e na educação. Investimentos agora se concentram nestes terrenos. Especialistas em crescimento e economia acreditam que o resultado da pesquisa está longe de ser o ideal, mas aponta melhorias. Eles dizem que o impacto das mudanças em um período tão curto de tempo não tem precedentes na história de um país que passou por uma revolução política como a África do Sul.

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